As inscrições com desconto para o Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro) vão até o dia 17 de novembro. Os interessados em participar das discussões sobre o papel da agricultura na segurança alimentar, mercado e sustentabilidade, podem acessar a página do evento no endereço http://www.embrapa.br/instrumentacao para mais informações.

Organizado e promovido pela Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP), entre 3 e 5 de dezembro, o fórum se propõe a discutir a interface entre a ciência, inovação e mercado em temas que estão na fronteira do conhecimento, como agricultura de precisão, nanotecnologia, automação, bioeconomia e agricultura digital.

Entre os especialistas do agro presentes no evento estarão dois ex-ministros da Agricultura, Alysson Paolinelli e Roberto Rodrigues; o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas; o presidente da Agrishow, Francisco Maturro; o presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Jacyr Costa Filho; além de representantes de empresas.

Durante três dias, os participantes terão acesso a uma programação que envolve palestras, mesas-redondas e ao “Business Day”, durante o qual serão realizadas demonstrações de tecnologias inéditas, com representantes dos setores público e privado, investidores e profissionais de comunicação. Howard Morgan, pioneiro americano em capital de risco é um dos confirmados no evento.

O Siagro ainda abre espaço para uma competição entre startups. Das 54 inscritas, o comitê do Pitch Deck AgTechs selecionou criteriosamente dez empresas para a etapa final, a ser realizada no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), em São Carlos.

O Pitch Deck AgTech do Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária tem dez empresas brasileiras selecionadas para a etapa final, no dia 5 de dezembro, em São Carlos (SP). O resultado da competição entre startups que desenvolvem soluções para o agronegócio foi divulgado na sexta-feira (25) e está disponível na página do Siagro 2019 na internet http://www.cnpdia.embrapa.br/siagro/

O Pitch Deck é uma apresentação rápida e visual utilizada para chamar a atenção de investidores e mostrar ao público os principais diferenciais de um negócio. Das dez empresas selecionadas, quatro atuam no segmento de alimentos, uma em meio ambiente, uma com gestão de resíduos, outra com controle de pragas, uma com fenotipagem e duas desenvolvem soluções para a pecuária.

O Estado de São Paulo tem seis selecionadas, entre elas, a vencedora do Sancathon, realizado pela USP, em abril deste ano, em São Carlos. Já o Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo e Piauí participam com uma empresa cada. A primeira colocada será finalista da chamada “Pontes para Inovação”, promovida em Brasília pela Embrapa e Cedro Capital, para receber investimento.

Realizada por membros de instituições que compõem a Unidade Mista de Pesquisa em Automação para Sustentabilidade Agropecuária (UMiP) – a seleção envolveu as duas unidades da Embrapa, em São Carlos – a Instrumentação e a Pecuária Sudeste, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de São Paulo (USP).

A coordenadora do comitê organizador do Pitch Deck AgTechs, Débora Milori, explicou que entre os critérios de avaliação das startups, o potencial de escalabilidade do negócio e os impactos sociais e ambientais foram fundamentais para a seleção das empresas. Mas a qualidade da apresentação da ideia inovadora, clareza e a capacidade de síntese – por meio de um vídeo de dois minutos – ajudaram no julgamento.

Iniciativa estimula AgTechs

“A chamada teve o objetivo de estimular startups e empreendedores a apresentarem suas iniciativas e propostas de desenvolvimento de tecnologias aos participantes do Siagro com potencial de impacto na agropecuária, especialmente nas áreas de interesse do evento”, afirma Débora, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Instrumentação.

Segundo ela, um comitê de avaliação, composto por especialistas em agropecuária e investidores, que não fazem parte dos quadros das instituições organizadoras do evento, fará a avaliação e indicação das 3 melhores propostas, que serão reconhecidas pelo Siagro 2019.

O Pitch Deck AgTechs do Siagro, evento promovido pela Embrapa Instrumentação, é composto de cinco etapas – inscrição; qualificação; seleção; apresentação das finalistas, que será realizada no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), em São Carlos; e a premiação.

Deixar o emprego de mais de dez anos em uma empresa multinacional foi o primeiro desafio que o engenheiro agrônomo Fabio Angelis enfrentou ao apostar no empreendedorismo, numa área de fronteira, como a fotônica. A inspiração veio do campo – a imagem do pequeno Robô Mirã I navegando pelas entrelinhas de uma plantação de milho, utilizando laser para analisar o solo, mexeu com a imaginação, com a rotina e mudou a vida do jovem do interior de São Paulo.

Nascia ali, em 2014, de uma demonstração no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro) a ideia inovadora de transformar aquele protótipo de robô em uma tecnologia avançada e capaz de mudar o conceito de análise física e química de solo no País.

Cinco anos depois, o que era apenas uma prova de conceito, atende pelo nome de AGLIBS e será apresentada na nova edição do Siagro deste ano, que vai ocorrer de 3 a 5 de dezembro, na Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), promotora do evento.

A inovação é agora um equipamento que analisa mais de mil amostras de solos diariamente, com tecnologia de última geração, de forma rápida e sem deixar resíduos químicos no meio ambiente. À base de laser e inteligência artificial, o AGLIBS fornece dados de quantidade de carbono orgânico do solo, textura (teores de areia, silte e argila) e pH.

A tecnologia leva embarcada a espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser (LIBS), uma técnica que consegue detectar os elementos químicos presentes no solo. A leitura é feita após um disparo de laser que transforma uma parte do solo em plasma o qual emite uma luz que é captada por um espectrômetro.

Perto do vale da morte

Para alcançar o estágio atual, a caminhada atrás da inovação não foi tão simples e nem fácil, envolveu muito esforço e empenho pessoal. A estratégia do novato no mundo dos negócios e nos conceitos da aplicação da óptica e da fotônica na agricultura, foi buscar a experiência de quem já dominava a aplicação da técnica LIBS há duas décadas no País.

É o caso da pesquisadora da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Débora Milori, que usou a LIBS na versão preliminar do robô, apresentado por ela em 2014 e que atraiu a atenção do agrônomo.

Da vontade de empreender com o avanço da ciência no desenvolvimento da tecnologia surgiu o AGLIBS, um ano depois do Mirã ter inspirado o jovem de 33 anos. Esse é o primeiro resultado da parceria do ecossistema de inovação da Embrapa Instrumentação com uma startup voltada ao agronegócio (Agritech).

Da união nasceu a Agrorobótica, que Fábio Angelis criou junto a com a física Aida Bebeachibuli Magalhães. A startup nasceu paralelamente ao desenvolvimento da tecnologia. Enquanto as pesquisas avançavam no Laboratório de Óptica e Fotônica, da Embrapa Instrumentação, a empresa tomava corpo juridicamente.

Escalar a tecnologia é um desafio que coloca à prova toda startup, conhecido como o vale da morte, etapa em que as empresas enfrentam enorme risco de descontinuidade de suas operações. Atravessar esse vale é na visão do empreendedor a etapa que mais exigiu dispêndio de energia, foco e persistência.

“Chegamos muito perto de nos juntarmos aos 80% de empresas que não conseguem manter o negócio, muitas vezes por falta de recursos, e têm de encerrar as atividades”, relata. A falta de receita foi justamente um dos obstáculos que Angelis teve de vencer.

Durante quatros anos, a Agrorobótica bancou do próprio bolso os investimentos na empresa até chegar à fase atual. A tecnologia tem atraído a atenção de grandes empresas produtoras mundiais de grãos e fibras e se destacado entre os métodos convencionais de análise de solo – ampliou a quantidade de elementos analisados – passou dos três iniciais para nove e pretende ir além, analisar o máximo possível de propriedades físicas e químicas dos materiais.

“É preciso acreditar muito, porque os desafios são gigantescos. Deixar um bom emprego, apostar em um mercado tradicionalista, como a agricultura, sem apoio financeiro, exige fundamentalmente um bom equilíbrio psicológico para não desistir no meio do caminho”, diz.

Mesmo já tendo superado boa parte das dificuldades, o empresário disse que a expectativa agora é consolidar a entrada da tecnologia no mercado o mais rápido possível. “Desenvolvemos o AGLIBS 1.0, passamos este ano para um outro patamar, a 2.0. No próximo ano esperamos entrar com o AGLIBS 3.0”, adianta o agrônomo.

Caminhos das startups

Fabio Angelis foi um dos empreendedores, que participou do seminário “Caminhos das Startups”, sediado pela Embrapa Instrumentação, na terça-feira (22), como parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

A Embrapa Instrumentação tem atuado no ecossistema de inovação tanto gerando spin off, caso da Agrorobótica, como também fazendo parcerias para o desenvolvimento com empresas já estabelecidas, como a Fine Instrument Technology (FIT). A empresa que também participou do seminário utiliza o método de ressonância magnética nuclear desenvolvido pela Embrapa Instrumentação para análise de óleos e sementes.

“É de extrema importância que tenhamos uma ação muito forte na linha de empreendedorismo. Observamos que as universidades e os centros de pesquisas têm diversos trabalhos que podem contribuir com o setor produtivo e impactar de forma muito positiva o mercado”, disse a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia, Débora Milori.

A pesquisadora, que trabalha há quase 20 anos com a técnica LIBS, apresentou “As ações institucionais no ambiente de inovação de São Carlos”. “Precisamos ter empresas e startups que trabalhem com a pesquisa e viabilizem a inovação na iniciativa privada”, afirmou.

O evento foi promovido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação (SMMACTI) de São Carlos, em parceria com a Agência de Inovação da UFSCar, Centro Avançado EESC para Apoio à Inovação (EESCIn/USP), Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI/USP), Embrapa Instrumentação e SEBRAE.

A interface entre ciência, inovação e mercado é a marca principal do Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária, que será realizado de 3 a 5 de dezembro, em São Carlos (SP). Os interessados em participar com trabalhos científicos podem se inscrever até o dia 20 de setembro, último prazo.

O SIAGRO 2019 vai tratar de cinco macrotemas:

  1. ) Agricultura Digital e Agricultura de Precisão;
  2. ) Nanotecnologia e Novos Materiais;
  3. ) Manejo Sustentável no Sistema Solo-Água-Planta-Atmosfera;
  4. ) Bioeconomia;
  5. ) Pós-Colheita e Impactos Socioeconômicos e Ambientais

Quem quiser se inscrever no evento – promovido pela Embrapa Instrumentação – pode acessar o portal https://www.embrapa.br/instrumentacao para informações detalhadas sobre a programação, os palestrantes convidados do Brasil e do exterior, entre outras informações importantes.

Durante três dias, os participantes terão acesso a uma programação que envolve palestras, mesas-redondas e ao “Business Day”, durante o qual serão realizadas demonstrações de tecnologias inéditas, com representantes dos setores público e privado, investidores (venture capitals) e profissionais de comunicação.

Como a agricultura digital pode se valer de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para disponibilizar soluções tecnológicas que possam alimentar 9 bilhões de pessoas na próxima década, a um custo mais baixo em relação ao que existe hoje e com práticas de sustentabilidade que não afetem o planeta?
Para responder à essa complexa questão, o Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária – que será realizado entre 3 e 5 de dezembro, em São Carlos (SP) – convidou Howard Lee Morgan, um dos pioneiros em capital de risco nos Estados Unidos, que esteve apenas uma vez no Brasil, na Agrishow (Ribeirão Preto), e agora retorna a convite da Embrapa Instrumentação.
O currículo de Morgan é extenso e mescla uma densa atuação acadêmica com forte atuação na iniciativa privada. Perto de completar 74 anos de idade, o físico também é Ph.D. em Pesquisa de Operações pela Universidade de Cornell. Atuou como professor visitante na Escola de Negócios de Harvard e no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Professor de disciplinas como “Ciências da Decisão” e Ciências da Computação e Informação na Pensilvânia, esteve nos conselhos de mais de 20 empresas públicas e em conselhos consultivos de grandes corporações, como a multinacional de máquinas agrícolas John Deere, na qual integra atualmente um Conselho Consultivo de Inovação Tecnológica Global.

Pioneirismo em capital de risco

Co-fundador e consultor especial da First Round Capital, estabelecida em 2004 como um fundo de venture capital com sede em várias metrópoles nos Estados Unidos, Morgan também é presidente do B Capital Group, um fundo global com sede em Cingapura e na Califórnia.
Atua ainda como presidente da Arca Group Inc., empresa de consultoria e gestão de investimentos de capital de risco especializada na área de tecnologias de computação e comunicações. Desenvolveu trabalho pioneiro na formação do Idealab, na década de 90, do qual foi um dos principais investidores e atualmente ajuda a fomentar uma série de startups em empreendimentos em estágio inicial e investimentos quantitativos.

Investimentos no Brasil

O Brasil vem ampliando os investimentos na área de capital, segundo estudo realizado anualmente pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) em parceria com a KPMG. Em 2018, só o aporte de venture capital foi de R$ 6 bilhões em 122 startups brasileiras, o que nunca havia ocorrido nos últimos três anos do levantamento.
Dados divulgados pela Abvcap na 6ª Conferência Brasileira de Venture Capital, um dos principais eventos da área, realizada em agosto, em Florianopólis (SC), apontaram que nos primeiros seis meses do ano os fundos de venture capital investiram R$ 3, 4 bilhões em 76 startups. No mundo, esse mercado deverá passar de US$ 8 trilhões para US$ 14 trilhões em 2023.

Experiência diferenciada

“A experiência de Howard Morgan com grandes empresas, startups e, principalmente, capital de risco, trará um diferencial para as discussões que faremos durante o Business Day, no dia 4 de dezembro, com empresários, investidores, cientistas, produtores rurais, comunicadores, entre outros participantes”, explica o coordenador do Simpósio, o ex-diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martin Neto.
O SIAGRO 2019 terá uma programação científica e mercadológica com a participação de palestrantes convidados do Brasil, Estados Unidos e Itália, quando estarão em destaque temas como Nanotecnologia, Biotecnologia, Ciências Cognitivas, Bioeconomia, Agricultura de Precisão e Agricultura Digital, com mesas-redondas envolvendo lideranças do agronegócio, cooperativas e agtechs para discutir as demandas e oportunidades da chamada Agricultura 4.0 no Brasil.
Na avaliação de Howard Morgan, “o papel da tecnologia na agricultura tem aumentado exponencialmente nos últimos anos e continuará a fazê-lo no futuro. Aumentos no rendimento por meio da melhor medição do solo, agricultura de precisão no nível das plantas individuais, uso de inteligência artificial na cadeia de suprimentos, sistemas de visão e operação de cada equipamento agrícola dependem de baixo custo e rápida disseminação de soluções digitais aplicadas a todas as etapas da agricultura”.

Um fórum que se propõe a discutir a interface entre a ciência, inovação e mercado em temas que estão na fronteira do conhecimento, como agricultura de precisão, nanotecnologia, automação, bioeconomia e agricultura digital. O Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária será realizado de 3 a 5 de dezembro, em São Carlos (SP), e está com inscrições abertas.

Os interessados podem acessar a página do evento – organizado e promovido pela Embrapa Instrumentação – na internet no endereço http://www.cnpdia.embrapa.br/siagro/ para informações sobre prazos, programação, palestrantes convidados do Brasil e do exterior, entre outros dados importantes.

Durante três dias, os participantes terão acesso a uma programação que envolve palestras, mesas-redondas e ao “Business Day”, durante o qual serão realizadas demonstrações de tecnologias inéditas, com representantes dos setores público e privado, investidores (venture capitals) e profissionais de comunicação.

Para Ladislau Martin Neto, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa entre 2012 e 2017 e coordenador do evento, o simpósio representa uma oportunidade de interação com empresas, startups, universidades e instituições de ciência e tecnologia do País e do exterior.

O contexto da agricultura 4.0 está se consolidando no exterior, e o Brasil para manter sua competitividade e sustentabilidade como um dos grandes players do agro mundial tem que avançar rapidamente. Nesse sentindo, o Siagro 2019 pretende promover um ambiente de sinergia entre a comunidade científica, produtores rurais, empresários, novos empreendedores (startups), investidores e lideranças do agro, entre outros”, diz Martin Neto.